miércoles, 2 de mayo de 2007

Não gostamos de meninos gordos










O Ministério da Saúde de Portugal lançou hoje a Plataforma Contra a Obesidade, um mal que em 2025 poderá afectar mais de metade da população mundial se não forem tomadas medidas. A cerimónia de apresentação, em Lisboa, contou com a presença do ministro da Saúde, Correia de Campos.

A quantidade de energia ingerida superior à gasta pelo organismo é um dos factores que está na origem da obesidade, sublinha o Governo, que pretende apostar na prevenção e combate como uma prioridade política dos ministérios da Educação e da Saúde.

Em Portugal, cerca de 32 por cento das crianças entre os sete e os nove anos de idade tem excesso de peso e 11 por cento é obesa. Além disso, 24 por cento das crianças em idade pré-escolar apresenta excesso de peso e sete por cento obesidade, de acordo com dados do Ministério.

Na idade adulta, os dados são ainda mais preocupantes, uma vez que metade da população tem excesso de peso e 15 por cento é obesa, estimando-se que os custos directos da obesidade absorvam 3,5 por cento das despesas totais de saúde.

«Tornam-se necessárias acções de grande impacto mediático para alertar a população para a gravidade do problema, sendo também essencial encontrar e disponibilizar soluções» ao nível dos cuidados primários e hospitalares, lê-se no documento de apresentação.

O Governo reconhece ainda a necessidade de intensificar trabalhos de investigação científica e aplicada, mobilizando energias, recursos e meios, «nomeadamente nas instituições académicas e no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em articulação com centros de saúde e hospitais».

Com este instrumento, o Ministério da Saúde afirma que será possível diminuir e prevenir doenças crónicas de elevada prevalência como a diabetes e a doença cardiovascular, conseguindo ganhos na prevenção de outras doenças como cancro e doenças osteo-articulares.

Nesta plataforma colaboram representantes dos ministérios da Saúde, da Educação, da Economia, da Agricultura e da Associação Nacional de Municípios Portugueses, bem como de associações da sociedade civil.

Entre as acções a desenvolver está a tradução e divulgação da Carta Europeia de Combate à Obesidade e a edição da Carta Portuguesa. Carta Europeia de luta contra a Obesidade ( en inglés).

Controlar, através de proposta de lei, o perfil nutricional (quantidade de calorias, sal, açúcar e gorduras) dos alimentos produzidos pela indústria alimentar, bem como a informação contida na rotulagem das embalagens é outro objectivo.

Ao nível da prestação dos cuidados de saúde, deverão alguns centros de saúde desenvolver um programa experimental de consultas com médicos, nutricionistas, fisiologistas do exercício, psicólogos e enfermeiros.
No âmbito da plataforma, será também criado um módulo apropriado de aconselhamento no Centro de Atendimento Telefónico do Serviço Nacional de Saúde.

A plataforma propõe-se igualmente definir e promover um menu saudável, à semelhança do turístico, e atribuir um prémio aos estabelecimentos que o adoptem, através de um concurso anual.

Aos municípios pede-se que adoptem orientações em matéria de urbanismo promotoras da actividade física, prevendo nos Planos Directores Municipais (PDM) locais públicos para a prática de exercício, actividades físicas e desportivas, entre parques, passeios pedonais e ciclovias.

Criar gabinetes nos municípios com competências em matéria de alimentação que supervisionem a alimentação pré-escolar e escolar é outra medida preconizada.


Os obesos têm menos empregos, menos amigos e mais dificuldade em casar. As mulheres são as mais afectadas por uma exclusão que vem de todos os sectores da sociedade. O Ministério da Saúde apresentou esta quarta-feira uma plataforma para mudar comportamentos e combater a «epidemia do século».

A obesidade é uma doença com pesadas consequências sociais. Para além de todas as complicações físicas, a «gordura a mais» leva os outros a «pôr de lado» crianças, adultos, idosos, homens e mulheres. «As pessoas não gostam de gordos. São segregados pela sociedade» concluiu João Breda, nutricionista e coordenador da Plataforma Contra a Obesidade.

Na apresentação efectuada pelo responsável foram divulgados dados que ilustram a exclusão social de que os gordos são vítimas. A rejeição começa logo nos mais novos. Cerca de sete por cento das crianças, quando questionadas, recusam a ideia de ter um melhor amigo com excesso de peso. Também existem estudos que indicam piores resultados escolares entre os jovens com excesso de peso, assim como um menor acesso ao ensino superior.

Nas empresas os casos de exclusão também são comuns. Cerca de 80 por cento dos directores gerais de companhias do Reino Unido admitiram ter preconceitos contra os obesos e 93 por cento admitiram que, em igualdade de qualificações, dariam emprego a um candidato não obeso, em detrimento de um gordo.

«As atitudes negativas chegam a vir dos profissionais de saúde», salientou João Breda. A gordura atinge todos, mas o sexo feminino sofre mais na carteira. As mulheres obesas recebem, em geral, menos nove por cento do rendimento salarial e, como consequência, recebem três vezes mais apoios da Segurança Social e da Saúde.

Nas relações íntimas os dados comprovam o que muitos experimentam na pele. Ter um namorado ou um marido é mais difícil para os obesos. Os gordos têm menos 20 por cento de probabilidade de ter uma relação amorosa. A falta de auto-estima e a depressão são consequências directas. A obesidade «é um pesado fardo na auto-estima e sobre a vontade de viver», salientou o ministro da Saúde, Correia Campos.

Segundo o nutricionista João Breda, está instalado um novo paradigma social, em que os mais pobres têm maior risco de serem obesos, ao apresentarem piores hábitos alimentares e menor actividade física.

A obesidade tem consequências mais graves para as mulheres, para os que são obesos desde crianças e para aqueles que são mais gordos. A epidemia que, para Correia Campos é uma doença «evitável», é também responsável por dois a oito por cento dos custos de Saúde e por 10 a 13 por cento da mortalidade em diferentes países da Europa.
Bienvenida sea la prevención, la educación, los hábitos saludables, pero cuidadito con perseguir al diferente, con señalar como excluido al que ha decidido ser de otra forma, no me gustan los talibanes, los ortodoxos y los que quieren uniformizarnos a todos.
Ojo al parche, educar y convencer, criminalizar y decir sandeces no, uno escucha muchas todos los días y como se disce lá "já chega de asneiras", convencer y educar SIEMPRE, perseguir y excluir NUNCA.