lunes, 6 de agosto de 2007

Zeca em Setúbal


A Feira de Sant´Iago, que decorreu até ontem, 5 de agosto, em Setúbal. Dezasseis dias de festa com um nome: "Zeca Afonso" " Varios caminhos até Setúbal". Em Setúbal morreu em 1987 o Zeca e a Câmara Municipal Setubalense lembrou-se de aquele que escolheu a cidade de Setúbal para terminar os seus días.
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nascido a 2 de agosto de 1929, em Aveiro, e aí ficou até os três anos de idade, a ver os barcos moliceiros rasgarem as águas da ria, acompanhado pela tia Gê e pelo tio Xico, numa casa situada no Largo das Cinco Bicas, depois de ir em 1932 para Angola, volta a Aveiro em 1937 mas parte novamente para Moçambique onde estavam os seus pais. Mais a etapa mais pior da su vida decorre em Belmonte, onde estive a viver com o seu tio Filomeno, presidente da Câmara Municipal do municipio, lá viveu o ambiente mais profundo do salazarismo fascista. Por influência do seu tio, foi obrigado a a envergar a farda da Mócidade Portuguesa, mais tarde , o próprio considerou como o "tempo mais desgraçado da su vida".
Eu estive lá dois fins de semana, meresceu a pena, no especial o acto do encerramento de ontem a noite com os: Terra d´Agua, Dulce Pontes, Filipa Pais, Lucia Moniz, Maria Anadom e Úxia, no Palco das Manteigadas.
Bem haja a os setubalenses e a os democratas do mundo inteiro, foi uma noite de lembranças, saudades e muita liberdade.
Deixo cá a cançao do Zeca que mais me apaixona. Obrigado e 25 de abril sempre.
Viva o poder popular (José Afonso)

Não há velório nem morto
Nem círios para queimar
Quando isto der prò torto
Não te ponhas a cavar
Quando isto der prò torto
Lembra-te cá do colega
Não tenhas medo da morte
Que daqui ninguém arreda
Se a CAP é filha do facho
E o facho é filho da mãe
O MAP é filho do Portas
Do Barreto e mais alguém
Às aranhas anda o rico
Transformado em democrata
Às aranhas anda o pobre
Sem saber quem o maltrata
Às aranhas te vi hoje
Soldado, na casamata
Militares colonialistas
Entram já na tua casa
Vinho velho vinho novo
Tudo a terra pode dar
Dêm as pipas ao povo
Só ele as sabe guardar
Vem cá abaixo ó Aleixo
Vem partir o fundo ao tacho
Quanto mais lhe vejo o fundo
Mais pluralista o acho

Os barões da vida boa
Vão de manobra em manobra
Visitar as capelinhas
Vender pomada da cobra
A palavra socialismo
Como está hoje mudada
De colarinho a Texas
Sempre muito aperaltada
Sempre muito aperaltada
Fazendo o V da vitória
Para enganar o proleta
Hás-de vir comigo a glória
O Willy Brandt é macaco
O Giscard é macacão
O capital parte o coco
Só não ri a emigração
De caciques e de bufos
Mandei fazer um sacrário
Para por no travesseiro
Dum cura reaccionário
Não sei quem seja de acordo
Como vamos terminar
Vinho velho vinho novo
Viva o Poder Popular

Víctor Coyote, Jon Luz - Viva O Poder Popular